POETA / ESCRITOR
(TERRAS de BOURO - PORTUGAL)
(TERRAS de BOURO - PORTUGAL)
Sobre o Autor:
João Luís Dias é natural e residente em Terras de Bouro.
Vocacionado para a escrita, João Luís Dias, tem obra vasta publicada, em Portugal e no Brasil. Tem colaborações diversas em órgãos de comunicação social de expansão local e nacional, com assinatura de crónicas literárias. Fundou e preside à CALIDUM - Clube de Autores Minhoto/Galaicos (associação cultural com editora incorporado) que já patrocinou e editou mais de 30 obras de novos autores de Portugal e Galiza (Espanha). Foi homenageado em 1999 pelo Secretário de Estado da Administração Local, pelo seu envolvimento em prol da cultura e arrecadou o prémio literário de 2012 promovido pela Fundação "Amatur". É funcionário do Instituto dos Registos e Notariado, IP e aluno da licenciatura em Relações Internacionais, na Universidade do Minho.
PALAVRAS
São silêncios, são ruídos
são gritos em
solidão
são início, são
partida
são caminhos
percorridos
horizontes…
multidão.
São saberes que se
eternizam
d'outras palavras
ditadas
são cachos de uva,
são vinho
são água que
suavizam
sementes ao sol
plantadas.
Palavras são as que
sei
as que me elevam,
que doem.
Palavras são as que
quero
as que invento, que
encontrei
que me ensinam, me
constroem...
Palavras…
são frutos,
conhecimento
são razão, se
conseguidas
bem tratadas,
respeitadas
são mesa de
alimento…
(Por: João Luís Dias)
A MENINA QUE GOSTAVA DE TERCETOS (Conto)
Dum poema com um só verso não gostava, achava-o pequenino demais. Entendia que com uma linha de palavras, pouco se poderá dizer, para que se ache um poema. Uma frase duma linha com palavras bonitas, bem construída, poderosa na mensagem, pode ter muito valor, mas uma linha de palavras para poema é pouco. Muito pouco.
Dum poema com dois versos, continuava a não apreciar. Claro, sabe que se pode dizer mais com duas linhas de palavras do que com uma só. Duas linhas sempre são dobro de versos, mas mesmo com o dobro de palavras e de versos, ainda não será suficiente para escrever um poema cheio de esplendor.
Dum poema com três versos - um terceto - adorava. Aqui sim, com três linhas de palavras já se consegue fazer um poema maravilhoso e dizer nele tudo de grandioso que as palavras podem transmitir. Com três versos pode, num deles, descrever-se o nascer dum dia bonito de verão, no outro, pode mostrar-se como foi magnífico esse dia e no terceiro verso, pode falar-se da saudade que este dia ao anoitecer, e quase a tornar-se noutro dia, já nos deixou. Sabe bem que as três linhas de versos, tal como as três sílabas da palavra sau-da-de, ou as três letras da palavra m-ã-e, são bastantes para se fazer o melhor e maior poema do mundo.
Para menina que gostava de tercetos, havia ainda um outro motivo, mas este não justificava só por si o seu gosto por poemas com apenas três versos: era um pouquinho preguiçosa para ler poemas com muitos versos. Mas sabe bem que se três sílabas, ou três letras, servem para grandes palavras, um terceto serve e é suficiente para um grande poema.
(Por: João Luís Dias)
Livros Editados:
Publicações desde 1988: “Ecos dum Silêncio”, “Sonho em Hora de Ponta”, “Antes que o Tinteiro Entorne”, "Um Poema, Uma Flor", "Coração de Algodão" e "Olhares In Versos" (edições em Portugal e no Brasil).
Publicações desde 1988: “Ecos dum Silêncio”, “Sonho em Hora de Ponta”, “Antes que o Tinteiro Entorne”, "Um Poema, Uma Flor", "Coração de Algodão" e "Olhares In Versos" (edições em Portugal e no Brasil).